E com 30 anos eu teria a vida ideal daqueles comerciais de margarina! Dois filhos, um marido e muitos sorrisos no café da manhã. Quando criança imaginei assim, que minha existência seria um retrato que a TV trazia-me como verdadeiro reflexo do sucesso. Mal sabia eu que o desenho raso era nada comparado com a realidade. Sou categórica em afirmar: se for para escolher entre o ideal e o real... fico ...aqui na minha imperfeita e redundante realidade. Nenhuma ilusão vale meu aprendizado! Demorou, mas, eventualmente e entre tropeços, apaixonei-me pela desconstrução que sou. Aprendi amar meu ser na beleza imperfeita das incongruências. Sim, tornei-me linda! Com isto virei quem sou, quem aos poucos nasci pra ser. Ainda que não combine com o lógico da normalidade, fico com a minha insanidade amorosa... recrio-me e amo-me. Nenhuma ilusão pueril vale minhas vivências, meus livros, minhas músicas, meus filmes, meus amores, meus amigos, minha família... nenhum ideal é mais belo do que a minha essência. 30 anos que valem por si, por letras, fluem... ensinam! Assim como toda a vida deve ser.